Hoje, no Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra a Mulher, eu quero falar sobre o grupo que mais sofre com as mudanças climáticas no mundo: nós, mulheres. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Tudo. Mais uma vez, o sistema proposto pelo patriarcado de exploração, que no caso do capitalismo explora além de pessoas, recursos, tem nas mulheres suas maiores vítimas!
As mudanças climáticas têm consequências desastrosas para nós. E você já parou pra pensar como fica a parcela pobre e miserável da população mundial nessa história? Se o governo tem um prejuízo bilionário com os desastres climáticos, como ficam as pessoas que mal têm dinheiro pra se sustentar? Essas pessoas são as que mais dependem da agricultura como meio de vida e correm risco de fome com desastres naturais. Por consequência, são mais vulneráveis também a viver em áreas marginais. E a maioria delas é composta por mulheres.
Mas a pobreza não é o único fator que a gente precisa considerar quando fala de desigualdade de gênero e dos impactos sofridos por esse grupo em relação ao aquecimento global. Por influência de uma sociedade patriarcal, as mulheres ainda estão muito ligadas a papéis de provedoras de alimentos, cuidadoras da casa e de protagonismo na criação dos filhos. O pior de tudo é que essa situação é muito injusta. Além de fazerem parte de uma maioria miserável, a disparidade de salários no mercado de trabalho está diretamente ligada à questão de gênero. De acordo com uma pesquisa realizada pela Catho, as mulheres ganham menos do que os homens em TODAS as áreas. No Brasil, dados do IBGE apontam que essa disparidade pode chegar a R$489 a mais.
Os próximos anos serão decisivos pra gente continuar a nossa vida aqui na Terra e a participação das mulheres é fundamental pra que isso aconteça. O Estado da População Mundial de 2009 argumenta que a luta da comunidade internacional contra a mudança climática tem maior probabilidade de ser bem-sucedida se as políticas, programas e tratados levarem em conta as necessidades, os direitos e o potencial das mulheres.
Não é à toa que as mulheres estão à frente das lideranças ambientais. Várias das nossas características femininas, que podem ser vistas como negativas dentro de uma sociedade patriarcal, fazem com que a gente se conecte mais facilmente à natureza. Nós somos mais sensíveis, maternais e podemos trabalhar com empatia. As mulheres têm naturalmente mais senso de cuidado e respeito, que são valores fundamentais pra essa transição que precisamos enfrentar agora! Isso não quer dizer que homens também não tenham essas aptidões ou não possam desenvolvê-las. Isso fala da natureza sensível do feminino. Sendo assim, a diversidade é ESSENCIAL pra minimizar o caos climático.
Mas, então, como a gente empodera mulheres pra se tornarem menos vulneráveis a ele? Investindo em educação, dando visibilidade ao trabalho autoral feminino, apoiando sistemas de cotas para reverter a discriminação. Você compra de empresas que tenham mulheres na liderança? Você ajuda a divulgar o trabalho de mulheres? Você compartilha o seu conhecimento com elas? Nós fazemos parte de 51% da população mundial e nossa participação pra reverter esse quadro de horror é fundamental.
Esse é um tema global para falar de uma abordagem mais pontual, que reflete na questão da violência contra a mulher. A força feminina é subestimada na nossa sociedade há muito tempo e isso precisa mudar. As informações que compartilho acima são um reflexo de tudo isso, que na verdade é um ciclo que precisa para de girar nesse paradigma. Nós somos fortes, inteligentes, perspicazes e sensíveis. E ninguém pode dizer o contrário ou tirar isso da gente.
O nosso time do Menos 1 Lixo é composto majoritariamente por mulheres porque essa é uma causa nossa e é uma bandeira de transformação. No youtube, tem uma série de 3 vídeos que explica mais a fundo a ligação desse colapso ambiental com a estrutura social que enfraquece a nossa voz feminina (tem o link aqui embaixo). Convido tod@s vocês, mulheres, homens e todas as definições de gênero, além de quem também não se sente representad@ por nenhuma definição, a assistir.
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.