Você consegue imaginar o Usain Bolt correndo como um raio em uma temperatura de 50 graus? Enxergar as Olimpíadas de Inverno sem neve é possível? Apesar do surf ainda não ser uma modalidade olímpica, imaginamos que os surfistas queiram ondas grandes, mas tsunami não, né?
Na última quinta-feira, 28/07, rolou um encontro no Museu do Amanhã, para tratar o que há em comum entre as Olimpíadas e as mudanças climáticas. Nós fomos em busca de informações, falas, notícias, detalhes que fazem muita diferença e nem sempre saem dos bastidores para a mídia tradicional. O seminário contou com a participação de José Sarney Filho, Ministro do Meio Ambiente; Tânia Braga, Gerente Geral de Sustentabilidade do Comitê Organizador dos Jogos; além dos representantes de instituições como o Banco Mundial; PNUMA; Observatório do Clima e os organizadores dos Jogos de Vancouver (Ann Duffy) e Londres (David Stubbs).
Começamos pensando e entendendo que ok, boa parte do mundo voltou os olhos para o Rio e para os Jogos, sendo assim, como aproveitar o momento para chamar a atenção para temas tão importantes e que incrivelmente não são noticiados como deveriam? Afinal, você não escuta sobre a crise ambiental, tanto quanto ouve-se da econômica. Para trazer o assunto à tona, foi criada a campanha “1,5ºC o recorde que não devemos quebrar”.
Se você tá meio perdido do que se trata o número, a gente relembra com a fala de Fabio Rubio Scarano, autor nos painéis intergovernamentais do clima (IPCC), que nos cedeu uma entrevista na semana Especial Água e explicou claramente do que se trata:
“Se o nosso padrão de emissão de gases estufa seguir como o atual, corremos o risco de chegar a 2050 com um aumento de 2 graus na temperatura média do planeta. A ciência já tem evidências que demonstram que esse valor já significaria mudanças graves na vida tal como a conhecemos. Portanto, os países signatários da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, acordaram na conferência de Paris, em dezembro de 2015, que tomarão medidas de mitigação da emissão de gases para que o aumento chegue ao máximo de 1,5 graus. Dois graus já significaria degelo de boa parte da calota polar ártica, com consequente aumento do nível do mar e danos a cidades costeiras (onde vive a maior fração da população do planeta).”
Agora que você já se achou, vale saber que inicialmente o acordo a ser proposto na COP 21, era de 2ºC graus. Foram os representantes das ilhas, dos pequenos países, que lutaram para que os esforços fossem para o limite de 1,5ºC. Já que [especialmente] para eles, meio grau, pode ser uma questão de sobrevivência.
A programação seguiu com o diretor do Banco Mundial no Brasil, Martin Raiser, afirmando que “nunca vamos acabar ou erradicar a pobreza, se não nos preocuparmos com as mudanças climáticas”.
Ao término do encontro buscamos saber mais e mais, o que resultou em uma semana Especial Olimpíadas, pra você entender o que foi feito na prática e o que não foi feito, para que o legado socioambiental seja deixado para o Rio e para o Brasil: a pegada de carbono do jogos; o apoio a negócios sociais; a conquista da alimentação responsável; o olhar pela infância e muito mais. Acompanhe-nos! ;)
Se ao chegar no final do texto você tá se perguntando “ok, mas e a Baía de Guanabara?", saiba que ela já foi pauta aqui.
Mas é preciso ir mais fundo, vamos cobrar entendendo que: ainda precisamos falar sobre saneamento básico.
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.