Quem sobe o morro do Vidigal, zona sul do Rio, para visitar o Sitiê – Parque Ecológico não consegue imaginar um lixão ali. O projeto acabou de ganhar o Prêmio de Arquitetura, Urbanismo e Design SEED (Design Socioeconômico e Ambiental, na sigla em inglês), e não é por menos: ele transformou o que antes era "abrigo" para eletrodomésticos, corpos de animais mortos e restos de comida em um lugar cercado de plantas, borboletas e horta comunitária.
Quem mudou o cenário foi Mauro Quintanilha, morador daquele pedaço, apoiado por um pequeno grupo de outros moradores. Juntos, eles fizeram do espaço uma área de lazer e fonte de geração de renda.
“Nós éramos abandonados, hoje somos procurados. Minha neta teve meningite com um mês de nascida, e agora minha bisneta terá uma realidade completamente diferente. Assim como meu filho, que pretende trabalhar na praça”, diz Dalva Abreu, 56 anos, no Vidigal há mais de 30 anos.
A praça em questão será como um anexo do parque, e já foi desenhada por Pedro Henrique de Cristo, arquiteto, que estudou em Harvard e se tornou um dos principais parceiros do projeto.
“Vamos expandir ainda mais. Hoje temos pessoas trabalhando conosco e ganhando seu dinheiro. Isso deve ser um bem para nós. Começou aqui e pode gerar empregos”, acrescenta Paulo Almeida - morador e gari comunitário. Fotos: Mariana Reis
Em 1º de Janeiro de 2015 nascia o Menos 1 Lixo, um desafio pessoal da Fe Cortez, de produzir menos lixo e provar que atitudes individuais somadas constroem um mundo mais sustentável.